A comissão responsável pela análise do projeto de lei que visa instituir a taxação de dois setores proeminentes da economia digital – as empresas de tecnologia financeira (fintechs) e as plataformas de apostas esportivas (bets) – decidiu pelo adiamento da votação no Senado Federal. Essa deliberação surpreendeu alguns analistas, mas era esperada por quem acompanha de perto o andamento dos trâmites legislativos no Congresso Nacional. O texto, que introduz novas alíquotas e mecanismos fiscais sobre essas atividades altamente lucrativas, não será analisado no prazo inicialmente previsto.
O projeto é visto pela equipe econômica do Governo Federal como uma medida imprescindível e crucial para o incremento da arrecadação federal. A expectativa é que essa nova fonte de receita ajude a cobrir déficits orçamentários previstos e a financiar programas sociais prioritários, especialmente em um contexto de necessidade de ajuste fiscal. O adiamento, embora frustre o cronograma inicial do governo, abre espaço para que os parlamentares tenham mais tempo para aprimorar o texto legal e garantir o apoio necessário à aprovação. A nova data para a análise e votação não foi especificada na comunicação oficial da Casa.
A decisão de postergar a análise e votação reflete diretamente a intensa pressão que tem sido exercida pelos setores regulados. As fintechs e as operadoras de apostas são representadas por grupos de lobby bem organizados que buscam mitigar o impacto tributário da nova legislação. Além da forte oposição setorial, há a complexidade inerente à aprovação de uma nova legislação tributária que lida com a dinâmica e a natureza fluida da economia digital, exigindo ajustes minuciosos e negociações de última hora para harmonizar os interesses de todos os envolvidos no processo. O cenário atual demonstra a dificuldade política em implementar mudanças significativas na matriz de impostos brasileira, dada a relevância econômica dos setores envolvidos.
Fonte da Matéria: G1




