A recente decisão do governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, de remover o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, juntamente com o de sua esposa, Viviani Barci de Moraes, da lista de indivíduos sujeitos a sanções pela Lei Magnitsky, provocou uma intensa e diversificada onda de reações no cenário político brasileiro. Essa medida foi particularmente sentida entre os parlamentares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que historicamente mantiveram uma postura pró-Trump.
A manifestação dos congressistas da oposição nas plataformas de mídia social evidenciou um profundo sentimento de decepção e até mesmo traição em relação ao presidente americano. O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS), que exerce a função de vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, expressou seu descontentamento publicamente. Em uma postagem na plataforma X, Marcon não hesitou em declarar: “O sentimento, não escondamos, é de traição.” Ele especulou que a revogação das sanções teria um alto custo político. “Certamente o preço cobrado por Trump não foi baixo, e em breve saberemos se Lula ofereceu as terras brasileiras ou o apoio na queda de Nicolás Maduro,” ponderou Marcon. O deputado complementou sua análise salientando que Trump teria agido conforme o seu conhecido lema, priorizando interesses domésticos: “Trump pensou nos EUA, com seu slogan ‘American First’.”
Outro crítico notório do movimento foi o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Jordy manifestou-se dizendo que a Lei Magnitsky, um instrumento crucial para a defesa dos direitos humanos, havia sido lamentavelmente “banalizada” pelo presidente americano Trump. Ele classificou a atitude do líder dos EUA como uma “grande decepção” para o campo conservador brasileiro.
Em contraste, a mídia nacional, especificamente os jornais O Globo e Folha de S. Paulo, reportou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma comunicação direta ao presidente Trump, expressando seu agradecimento formal pela retirada das sanções contra o magistrado do STF.
Do lado da base governista, a remoção da sanção foi interpretada como uma significativa derrota política e ideológica para o bolsonarismo. O senador Humberto Costa (PT-PE) usou suas redes para celebrar o ocorrido, afirmando que a medida representava uma “vitória da diplomacia de Lula e uma prova de solidez da nossa democracia.” Para Costa, o evento “expõe o fracasso da campanha bolsonarista de tentar deslegitimar o Brasil no exterior e atacar a nossa soberania.”
Reforçando a percepção de vitória, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT), descreveu a iniciativa americana como uma “derrota histórica dos traidores da pátria.” Farias criticou aqueles que, segundo ele, “tentaram negociar sanções internacionais, revogação de vistos, tarifas e a chamada ‘pena de morte financeira’ contra o ministro [Moraes].” Por fim, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) fez uma associação direta, atribuindo o sucesso diplomático à “química” positiva estabelecida entre os presidentes Lula e Trump, remetendo a uma declaração prévia do próprio presidente americano durante a Assembleia Geral da ONU.
Fonte da Matéria: BBC News Brasil




