Uma análise econômica recente, conduzida por especialistas em comércio internacional, aponta que o encontro de alto nível entre representantes dos Estados Unidos e da China resultou em uma crucial, ainda que limitada, ‘pequena trégua’ nas intensas tensões comerciais que vinham marcando o relacionamento entre as duas maiores potências globais. O foco central dessas conversações foi aliviar as significativas disputas tarifárias que persistiram por anos, buscando ativamente estabelecer um terreno comum para a cooperação econômica em um período de profundas incertezas que afetam os mercados internacionais e o fluxo de capitais.
Essa desescalada inicial remonta especificamente ao encontro entre os então presidentes Donald Trump e Xi Jinping durante a Cúpula do G20, realizada em Osaka, no Japão, em junho de 2019. A reunião naquela cúpula foi decisiva para suspender a imposição iminente de novas tarifas americanas, que visavam atingir cerca de trezentos bilhões de dólares em importações chinesas, e para permitir a subsequente e essencial retomada das negociações de alto nível.
Esse movimento preparou o terreno para o **Acordo da Fase 1**, formalizado em janeiro de 2020, representando o ponto culminante dessa trégua. Sob os termos detalhados do Acordo da Fase 1, o governo chinês se comprometeu a aumentar significativamente a compra de bens e serviços americanos. O compromisso estabelecido era a aquisição de duzentos bilhões de dólares em produtos dos Estados Unidos ao longo de um período de dois anos, com uma ênfase notória na produção agrícola, que havia sido severamente impactada pela disputa comercial, além de avançar em medidas específicas para a proteção de propriedade intelectual.
Em contrapartida às concessões chinesas, os Estados Unidos concordaram em reduzir a tarifa que incidia sobre cento e dez bilhões de dólares em produtos chineses, diminuindo o percentual de quinze por cento para sete vírgula cinco por cento. É vital ressaltar, contudo, que Washington manteve a tarifa de vinte e cinco por cento sobre aproximadamente duzentos e cinquenta bilhões de dólares em mercadorias chinesas. A manutenção estratégica dessa taxa elevada serviu como forma de alavancagem para futuras e mais complexas negociações, designadas como a “Fase 2”.
Embora o Acordo da Fase 1 tenha sido percebido como um passo concreto para desescalar a guerra comercial que perdurava desde 2018, a análise econômica conclui que ele não forneceu uma solução definitiva para as complexas questões estruturais que continuam no cerne da rivalidade. Temas sensíveis como segurança nacional, subsídios estatais maciços e a concorrência tecnológica persistiram como focos de tensão. Contudo, os analistas sublinham que o diálogo, mesmo que limitado e inconclusivo em questões profundas, é absolutamente fundamental para evitar o escalonamento de conflitos comerciais que poderiam afetar drasticamente o comércio internacional e a economia brasileira, dada sua vulnerabilidade às oscilações das grandes cadeias de suprimentos globais.




