A Omnia, uma empresa recém-criada pela Pátria Investimentos no início deste ano, anunciou o que se configura como o maior projeto de data center do Brasil com investimento de US$ 9 bilhões. Batizado oficialmente como Data Center Pecém, o megaprojeto será erguido estrategicamente no Ceará, ostentando uma capacidade inicial de processamento impressionante de 200 megawatts (MW). Esta capacidade de 200 MW não é apenas significativa em termos regionais, mas representa, conforme análises de mercado, o equivalente a cerca de um terço da capacidade total atualmente em operação em todo o parque brasileiro de centros de dados.
O investimento total estimado para a concretização deste gigante tecnológico alcança a cifra de R$ 50 bilhões, o que corresponde a aproximadamente US$ 9,25 bilhões. Este aporte financeiro maciço é dividido em duas partes principais, refletindo a estrutura de responsabilidade da parceria. A Omnia é responsável por todo o investimento na infraestrutura física do empreendimento, o que inclui a aquisição do vasto terreno (que se estenderá por 700 mil metros quadrados), a construção dos prédios robustos, e a instalação de sistemas complexos de refrigeração e de distribuição elétrica. Para esta fase da infraestrutura, a Pátria Investimentos, através da Omnia, destinará um aporte significativo de até US$ 2 bilhões.
O cliente deste colossal centro de processamento de dados deverá ser a gigante chinesa ByteDance, mundialmente conhecida como a proprietária do aplicativo TikTok. Embora a Pátria Investimentos mantenha cautela e não confirme publicamente o nome do cliente, fontes de mercado indicam veementemente que a ByteDance será a única a usufruir do empreendimento, que foi apelidado internamente de Pecém. Este cliente, por sua vez, assume a responsabilidade pela parcela mais cara e tecnologicamente avançada do investimento: cerca de US$ 7 bilhões. Este montante será direcionado à aquisição de servidores de ponta, essenciais para o funcionamento do centro, equipados com aceleradores de Inteligência Artificial (IA) e Unidades de Processamento Gráfico (GPUs) Unidades de Processamento Gráfico é o significado da sigla para o treinamento intensivo de modelos de IA e para a instalação de sistemas de armazenamento de dados de alta capacidade.
A principal função do Data Center Pecém é, de fato, o treinamento de inteligência artificial. Contudo, o centro foi concebido com uma arquitetura flexível para atender a uma gama variada de outros usos críticos. Entre eles estão os serviços de armazenamento na nuvem ( cloud ), processamento de alta performance e processamento tradicional. É fundamental ressaltar que o projeto visa atender a cargas globais, ou seja, não será dedicado exclusivamente ao processamento de dados brasileiros, reforçando seu papel como um hub internacional. A escolha do local, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Porto do Pecém, é estratégica. A instalação na ZPE permitirá ao projeto usufruir de incentivos fiscais e aduaneiros que são especificamente voltados a empreendimentos com foco na exportação de serviços e dados.
A previsão é que o início das obras se concretize ainda no ano de 2025, com a Omnia e seus parceiros planejando que o Data Center Pecém esteja plenamente operacional no segundo semestre de 2027. Adicionalmente, um pilar central do empreendimento é o seu compromisso com a sustentabilidade energética. O centro de dados será abastecido integralmente com energia 100% renovável. Para garantir essa demanda, foi firmada uma parceria estratégica com a Casa dos Ventos, que investiu R$ 4 bilhões na criação de novos parques eólicos e solares, garantindo assim uma fonte limpa e dedicada para o processamento de alta potência demandado pela gigante chinesa.
Fonte da matéria: UOL
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